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O USO DO TAPING NO PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIA PLÁSTICA

O USO DO TAPING NO PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIA PLÁSTICA

Autoras: Andréia Vieira Marques de Oliveira |Fisioterapeuta Anny Chi | Fisioterapeuta Angela Lange | Fisioterapeuta

Publicado na revista ESTÉTICA COM CIÊNCIA Ano 1 – número 02 – páginas 62-64

Os padrões estéticos difundidos pela mídia tem influência sobre o comportamento e determinação do ideal de beleza sonhado por muitas mulheres (FREITAS et al., 2010). Nessa busca pela melhora da aparência, modificando traços da face ou formas do corpo encontram-se procedimentos de cirurgia plástica (OLIVEIRA; AÑAÑA; SCHRÖEDER, 2011). Muitas cirurgias trazem como manifestação pós-operatória a dor, as regiões com equimoses, o edema e as fibroses (SILVA et al., 2012), que desencadeiam muito desconforto ao paciente no pós-operatório. A dor e o edema decorrem do trauma cirúrgico. A equimose traduz-se pelo sangue impregnado e infiltrado na pele em decorrência à ruptura dos capilares sanguíneos. Apresenta-se inicialmente como uma mancha escura ou azulada devido a infiltração difusa de sangue no tecido subcutâneo (LANGE, 2014). A fibrose tecidual, manifestação decorrente a lipoaspiração, é caracterizada pela formação de tecido conjuntivo fibrótico consequência do trauma cirúrgico (MIGOTTO; SIMÕES, 2013), esse espessamento tem aspecto disforme com contornos irregulares, ondulações e depressões, à palpação percebem-se nódulos e enrijecimento (FRANCO et al., 2012). As fibroses são classificadas quanto a sua forma e grau de acometimento. Podem apresentar a forma de cordão, nódulos ou placas, e podem ter um grau de acometimento que varia do nível 0 a 3. No nível zero não é possível detectar indícios de fibrose após a avaliação visual e a palpação nas posições: ereta, decúbito dorsal e ventral. No nível um a fibrose somente é detectada após a palpação da região avaliada, com o paciente em decúbito dorsal e ventral. No nível dois a fibrose é detectada após a avaliação visual do paciente na posição ereta. Entretanto, nas posições de decúbitos (dorsal e ventral) a detecção é feita após a palpação, e no nível três a fibrose é detectada após a avaliação visual, estando o paciente tanto na posição ereta quanto nos decúbitos, dorsal e ventral. (LISBOA et al., 2003).

Tipos de fibrose segundo Xavier: Placa, nódulo e cordão.

Para a diminuição dessas manifestações, encontram-se procedimentos, baseados em evidências científicas, que influenciam no pós-operatório, acelerando a recuperação e prevenindo complicações (FLORES et al., 2011). Entre os recursos terapêuticos empregados no pós-operatório temos a drenagem linfática manual (DLM), o ultrassom, as terapias combinadas, a radiofrequência a terapia manual (SANT’ANA, 2010), (AGNE, 2011), (TACANI et al., 2011) e o o Kinesiotaping. O Kinesiotaping é uma técnica criada por Kenso Kase em 1976, utilizando uma fita de cóton, fina, elástica, porosa, adesiva, hipoalergênica sem principio ativo, que pode permanecer em contato com a pele por vários dias (FU et al., 2008; SANTOS et.al, 2010, BELL E MULLER, 2013). Seus principais efeitos fisiológicos são analgesia, suporte muscular, correção articular onde os cortes da banda podem ser em X, Y e I. Já na drenagem o corte é denominado teia de aranha, polvo ou fan, aplicado sem tensão seguindo o percurso do sistema linfático proporcionando assim um melhor escoamento da linfa e denomina-se Linfotaping (KASE, 1998; KRAJCZY et al.,2012 ; CHEM et al.,2013).

Taping aplicado na fibrose e equimose no pós-operatório de abdominoplastia.

Taping aplicado no edema no pós-operatório de lipoaspiração.

O taping também pode ser utilizado no pós-operatório nos casos de equimoses, auxiliando na absorção do sangue infiltrado nos tecidos e nas fibroses como uma terapia complementar. Outra aplicação de grande valia do taping no pós-operatório das cirurgias plásticas é com relação às dores musculares. A dor lombrar, muitas vezes associada a cirurgia de abdominoplastia e nas dores na região do trapézio associada a cirurgia de redução das mamas. Os pacientes também podem ser beneficiados com a técnica do taping para o alívio da dor de estomago desencadeada por alguns analgésicos e antiinflamatórios utilizados no pós-operatório mediato. O taping também pode auxiliar no funcionamento do intestino. O taping aplicado na prática clínica por vários profissionais da área da saúde tem poucas evidências científicas que comprovam seus benefícios (ILESIAS et al., 2009). Assim, seus efeitos ainda precisam ser mais esclarecidos (HOYO et al., 2013). Porém quem utiliza a técnica no dia a dia dos pós-operatórios sabe o quanto a técnica potencializa os resultados.

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