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OUTUBRO ROSA

CÂNCER DE MAMA.

Do diagnóstico à pigmentação de aréola e mamilo.

O câncer de mama é uma patologia muito conhecida entre as mulheres devido a sua alta incidência. As taxas de mortalidade por câncer de mama no Brasil são muito elevadas, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estádios avançados.

O auto-exame das mamas deve ser rotina na vida das mulheres.

Após os 40 anos, a mamografia começa a ser um exame importante para a detecção da doença e recomenda-se que seja feito pelo menos uma vez ao ano.

Os sintomas do câncer de mama geralmente não são percebíveis no início da doença.

Cada caso recebe um tratamento específico, porém na maioria das vezes a paciente passa pelo tratamento clínico e cirúrgico. O tratamento clínico envolve vários tipos de medicamentos chamados quimioterápicos e hormonioterápicos. O tratamento cirúrgico pode ser conservador através de uma quadrantectomia, tumorectomia e outras técnicas onde o oncologista remove apenas uma parte da mama; ou pode ser radical, conhecido como mastectomia, onde o oncologista remove todo o conteúdo mamário. Logo após o tratamento cirúrgico geralmente inicia-se a radioterapia.

Por lei, tanto o Sistema Único de Saúde (SUS) como os planos de saúde são obrigados a realizar a cirurgia de reconstrução do cone mamário. Isto significa que toda mulher que tenha passado por um câncer de mama e que teve a mama removida parcial ou total tem o direito a reconstrução do cone mamário.

Esta reconstrução pode ser imediata a remoção do tumor ou tardia, esta é uma decisão que cabe a equipe médica em conjunto com a paciente.

A reconstrução mamária pode ter abordagem imediata ou tardia.

  • Imediatas: a paciente não conviverá em nenhum momento com a deformidade da mastectomia, já que termina a cirurgia com sua mama reconstruída.

  • Tardias: se nenhum procedimento reconstrutivo for feito no momento da mastectomia, a paciente será acompanhada pelo mastologista e pelo oncologista e submetida às terapias julgadas necessárias durante vários meses até ser liberada para a reconstrução, se assim o desejar.

TÉCNICAS DE RECONSTRUÇÃO DO CONE MAMÁRIO

  • EXPANSORES

Os expansores de pele são próteses com um envoltório de elastômero de silicone, porém sem o silicone gel de preenchimento.

Os expansores são colocados pela incisão da mastectomia, deverão ser expandidos semanal ou quinzenalmente, até um volume que seja duas a três vezes o volume mamário pretendido. Ao fim do processo, substitui-se o expansor por uma prótese de silicone definitiva. É um processo lento, que geralmente dura alguns meses.

  • RETALHO DO MÚSCULO GRANDE DORSAL

O retalho do músculo grande dorsal é um dos mais antigos métodos de reconstrução da parede do tórax, após mastectomia. O volume que o retalho oferece, entretanto, não é suficiente para a reconstrução do volume da mama, sendo necessário o uso de prótese. Essa técnica resulta em uma cicatriz na área doadora.

O retalho do grande dorsal permanece com a sua inervação íntegra e toda vez que a paciente realiza os movimentos de rotação interna, adução e extensão do membro superior homolateral da reconstrução, observa-se uma suave contração no retalho do grande dorsal que forma o cone mamário.

  • RETALHO DO MÚSCULO RETO ABDOMINAL

O retalho musculocutâneo transverso do músculo reto do abdome consiste em um segmento horizontal de pele, tela subcutânea e músculo reto do abdômen. Para a realização dessa técnica é necessário um abdômen doador com suficiente volume tecidual.

O retalho assemelha-se ao de uma abdominoplastia convencional. Este sofre rotação e é levado através de um túnel subcutâneo obtido pelo prolongamento do descolamento do abdômen superior até o processo xifoide e posicionado na região do hemitórax comprometido. Geralmente o cirurgião coloca uma tela para compensar a fraqueza na parede abdominal.

RECONSTRUÇÃO DO CAM

A reconstrução do complexo areolo-mamilar é o último estágio da reconstrução mamária e produz grande benefício para a imagem corporal da paciente.

Existem várias técnicas para a confecção da nova aréola e mamilo, são elas:

  • Doação do mamilo contralateral, porém, nem sempre há tecido doador suficiente, com riscos de prejuízo para o lado são,

  • Tecido da face interna da coxa,

  • Utilização de retalho dermoadiposo do próprio cone mamário.

DERMOPIGMENTAÇÃO REPARADORA

A dermopigmentação utiliza um aparelho chamado dermógrafo, que através de uma agulha escarifica a pele para introduzir o pigmento nela.

A diferença entre a dermopigmentação e a tatuagem está no tipo de aparelho utilizado, a tatuagem utiliza um aparelho mais potente, atingindo as camadas mais profundas da derme, enquanto a dermopigmentação utiliza aparelhos menos potentes, que depositam o pigmento nas camadas da epiderme e na camada mais superficial da derme.

A dermopigmentação reparadora pode ser realizada em vários momentos, sendo este uma escolha entre cirurgião e paciente:

  • Após o cone mamário estar reconstruído,

  • Em centro cirúrgico onde pigmentação e reconstrução do CAM são realizados simultaneamente,

  • Após a reconstrução do CAM

Existem várias técnicas de pigmentar o complexo aréolo mamilar. Ponto a ponto, espiral, rasgado e outras técnicas de infiltração do pigmento. A técnica utilizada é uma escolha de cada profissional.

A escolha das tonalidades dos pigmentos é um fator muito importante. A cor utilizada deve ser a mais parecida possível com a cor da aréola e mamilo contralateral íntegro, porem muitas vezes isso não é possível, pois encontramos mulheres com reconstrução bilateral. Nestes casos uma foto de antes da mastectomia pode nos ajudar, mas também o bom senso em relação as cores utilizadas.

A qualidade e cor da pele da paciente, a presença de cicatrizes na região e outros fatores devem ser avaliados antes do procedimento.

O profissional deve estar bem treinado e seguro do que vai realizar, pois trata-se de um procedimento definitivo e que “mexe” muito com a auto estima da mulher.

FONTE:

Parte deste texto faz parte do livro Fisioterapia Dermatofuncional aplicada a cirurgia plástica, capítulo 16. Autora Angela Lange, 2014.

Foi publicado na revista Estética com Ciência, Ano 1, número 03, páginas 34-37.

Maiores informações em: http://www1.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=83

Fotos e desenhos: arquivo pessoal da autora.

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